Blog - Por que os charutos têm diferentes tonalidades?

Quem já abriu uma caixa de charutos sabe: nenhuma folha de capa é igual à outra.

Do verde vibrante ao marrom-escuro quase preto, cada tonalidade conta a história da semente, do clima e do trabalho do mestre tabaqueiro.

A escala visual de cores
No universo dos charutos, existe uma escala internacionalmente reconhecida para classificar a cor das capas:
1. Candela — Verde claro, obtido por uma cura rápida em alta temperatura para preservar a clorofila. Geralmente suave e herbal.
2. Claro — Marrom muito claro, capa cultivada à sombra, como a Connecticut Shade, de sabor delicado e cremoso.
3. Colorado Claro — Marrom dourado, equilibrando suavidade e sabor.
4. Colorado — Marrom-avermelhado, com mais intensidade e notas levemente adocicadas.
5. Colorado Maduro — Marrom-escuro com mais óleos e corpo.
6. Maduro — Escuro e oleoso, obtido por fermentação mais longa, resultando em notas de cacau, café e melaço.
7. Oscuro — Quase preto, capa de maturação prolongada e sabor intenso.

O papel das diferentes capas
Além da escala de cores, cada tipo de capa vem de um processo e terroir diferentes, influenciando tanto a tonalidade quanto o sabor:
• Connecticut Shade — Cultivada à sombra nos EUA ou no Equador, clara, sedosa e de sabor suave.
• Connecticut Broadleaf — Mais escura e robusta, muitas vezes usada para capas Maduro.
• Mata Fina (Brasil) — Marrom médio a escuro, levemente doce, muito utilizada em charutos premium de liga complexa.
• Santo Antônio (Brasil) — Marrom-escuro, rica em óleos e sabor encorpado.
• Habano — Marrom-avermelhada, cultivada em regiões como Cuba, Nicarágua e Equador, com mais especiarias no perfil.
• Sumatra — Marrom claro a médio, com notas terrosas e suaves.
• Maduro (geral) — Não é um tipo de semente, mas um processo de fermentação prolongada que escurece a folha e aprofunda o sabor.

Fatores que influenciam a cor
• Variedade da semente — Certos tipos já nascem mais claros ou escuros.
• Método de cultivo — Sol pleno ou sombra afetam textura e cor.
• Cura e fermentação — Etapas controladas para desenvolver tonalidade e aroma.
• Envelhecimento — O tempo pode intensificar a cor e suavizar o sabor.

Conclusão:
A cor de um charuto não é só estética. Ela revela a história da folha, sua origem e o trabalho artesanal por trás. Escolher pela cor pode ser uma boa pista para encontrar o perfil de sabor que mais combina com você.

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