Blog - Música e Fumaça pt1

Tom Jobim, nascido em 1927 no Rio de Janeiro, não foi apenas um dos maiores nomes da música brasileira, mas também um ícone de sofisticação e estilo, em que até mesmo seu apreço pelos charutos se tornou uma extensão de sua personalidade refinada.

Um dos criadores da bossa nova, Jobim foi o responsável por levar a música brasileira para o mundo, mesclando samba e jazz de maneira inovadora. Suas parcerias com Vinícius de Moraes, como a imortal "Garota de Ipanema", se tornaram hinos universais, e ele foi aclamado globalmente, tocando em palcos renomados como o Carnegie Hall e gravando com lendas como Frank Sinatra.

Mas, assim como suas melodias suaves e envolventes, o charuto também fez parte de sua rotina, principalmente nos momentos de inspiração. Durante suas sessões de composição e encontros descontraídos com outros músicos, o charuto se tornou um companheiro constante, representando não só um prazer, mas também um ritual de reflexão e contemplação. Para Jobim, o ato de fumar um charuto estava intimamente ligado ao seu processo criativo — uma pausa deliberada para se conectar com seu ambiente, para refletir e, muitas vezes, para se perder nas próprias melodias que criava.

A cena de Tom Jobim, charuto em mão, se tornou uma imagem quase mítica, especialmente durante as noites boêmias do Rio de Janeiro nos anos 1950 e 1960, quando ele dava vida a músicas como "Wave", "Águas de Março" e "Desafinado". Seu gosto por charutos também o acompanhava em suas viagens ao redor do mundo, onde sua música encantava e seu estilo se impunha como uma verdadeira marca registrada.

Em 1994, com a morte de Jobim, o mundo perdeu um dos maiores compositores da história da música, mas a sua herança permanece viva, tanto nas notas de piano que ele deixou quanto no aroma dos charutos que o acompanhavam. O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro foi batizado em sua homenagem, um tributo que reflete sua grandeza artística, mas também a figura do homem que, enquanto criava sua música, sempre encontrava tempo para apreciar um bom charuto — um reflexo de sua vida marcada por elegância, ritmo e dedicação.