Blog - Música e Fumaça pt2

Vinícius de Moraes, assim como seu grande amigo Tom Jobim, também era conhecido por seu gosto refinado e boêmio, e os charutos sempre estiveram presentes em sua vida e em seu processo criativo.

A figura de Vinícius, com um charuto em mãos, é uma imagem que reflete a descontração e a intensidade de sua personalidade, muito alinhada com a boemia carioca das décadas de 1950 e 1960, período de efervescência cultural e artística no Brasil, especialmente com o surgimento da bossa nova.

Os charutos, assim como a música e a poesia, faziam parte de sua maneira de celebrar a vida. Durante as longas noites de conversa e improvisação com amigos, músicos e artistas, o charuto era quase um companheiro constante, criando um ambiente descontraído onde a criatividade fluía livremente. Em suas sessões de composição, no entanto, o charuto também tinha um papel: era um momento de pausa, reflexão e contemplação, elementos essenciais para o poeta e compositor que criava suas obras imortais.

Vinícius também era conhecido por seu estilo de vida intenso, marcado por suas paixões, casamentos e relacionamentos turbulentos, que ele frequentemente expressava em sua obra. O charuto era um reflexo dessa intensidade, algo que acompanhava seus momentos de melancolia e de celebração.

A combinação de sua poesia com a fumaça do charuto simbolizava o equilíbrio perfeito entre a boemia e a criação artística, refletindo a alma do Rio de Janeiro e o espírito de liberdade que a bossa nova e sua música representavam. Mesmo após sua morte, em 1980, o legado de Vinícius permanece vivo, e sua imagem com o charuto continua a ser uma das mais simbólicas para os amantes da música e da literatura brasileira.